segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Raízes Sólidas

Todos temos características que nos são singulares, que nos caracterizam, nos retratam e nos acompanham pelos mais variáveis anos da nossa existência. 

Por entre qualidades, defeitos, virtudes, feitios, todas estas particularidades fazem parte do nosso organismo, do nosso ser. Algumas são renováveis, outras inováveis, outras possíveis de se manipularem, enquanto que outras seguem inalteráveis, independente do decurso do tempo.

Somos bocados de terreno embutidos numa compleição física ossada, ocupada e recheada de músculos e de veias sanguíneas. Seres humanamente imperfeitos, como se fossemos terrenos baldios à espera de serem habitados.
Porque no fundo aquilo que nos rodeia, acaba por ser em certa parte aquilo que nos define.

Voltando ao assunto dos terrenos, é aqui que entro especificamente eu, e relembro, aquilo que me rodeia.

Já me senti como um deserto, excessivamente vago, sedento de emoções, demasiado carente de sentimentos, exageradamente despovoado, desnorteando quem comigo convivia.

No fundo deambulava no Mundo à procura de boas notícias. 
Não as encontrava na televisão, nem nos jornais, em lado nenhum. 
Talvez precisasse de alguém?
Porque não?
Alguém para florir o meu tedioso, rude e deveras áspero terreno.

E assim foi, foi mesmo, até que se foi... de vez, para sempre.

Recordo um dia em que dei uma flor de plástico à então pessoa, dizendo-lhe que o nosso relacionamento só acabaria no dia em que essa falsa planta morresse.
Passado pouco tempo, e com o findar de tal convivência, cheguei à conclusão que as flores de plástico não morrem, mas também nunca chegam a ter vida.

E então senti-me um deserto novamente...
mas porque não aproveitar as lágrimas para regar um solo que sempre foi tão pouco produtivo no que toca a amor?
Quiçá se torne mais prolífero no que toca a afectos e a envolvimentos.

E assim foi, foi mesmo, e desta vez vai ser... mesmo... de vez, para sempre.

Nos dias que correm, as coisas estão bem,
mas acima de tudo, eu estou bem.
Estou melhor que nunca,
aliás, como nunca estive.
E então surgiu alguém, 
mas também um novo eu.

Pessoa essa que com uma pequena semente, mudou completamente um solo melancólico e lastimável, para um piso fértil e florido, repleto de amor e de felicidade, como nunca outrora presenciado.

Uma semente, depois de ser plantada deve ser cuidadosamente tratada, como um amor.
Doses diárias de carinho, de atenção, de protecção são essenciais.
Regada constantemente com litros de amor para crescer mesmo em dias em que o sol está mais tímido.

Porque uma flor quanto tem que crescer, quando tem que vingar, vence todos os contratempos. 
Porque até no deserto uma flor pode ganhar vida!

E assim tem sido... e irá continuar a ser.

As borboletas saíram da barriga, ganharam um novo espaço e reproduzem-se neste meu território agora preenchido por cor, por alegria, por amor.

Um espaço que ganhou vida há pouco mais de um mês, repleto de árvores fortes e estáveis, com raízes sólidas e profundas, que começam a brotar os primeiros ramos.

Numa relação que, tal como uma árvore, tem tudo para dar frutos.

Porque quem quer um mar de rosas, tem de estar preparado para nadar com os espinhos.

Por ti, por nós, sempre juntos!

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