Uma estrela no céu.

Quase 2 meses, e ainda nem acredito.

Faz quase esse tempo que nos deixaste. Sem aviso prévio,  sem uma mensagem, sem sequer uma despedida.
O tempo passa, as saudades apertam e o sol tarda em brilhar. 
O coração que até agora parecia ser de ferro, revela-se frágil e instável como uma pequena flor ao sabor do vento.

Sempre foste um exemplo, um pai como poucos, no verdadeiro sentido da palavra.

Aqui já eras uma estrela, e nem imaginas quantas vezes o teu brilho me orientou. Sobretudo quando dava por mim inconscientemente, na direcção de caminhos sinuosos e obscuros. Felizmente soube dar os passos correctos, como tu bem me ensinaste.

No entanto decidiste brilhar mais alto, onde toda a gente te pode ver, em qualquer parte do mundo, basta olhar para cima.
Complicado, por vezes o brilho é insuficiente, sobretudo à noite.

Noite essas que se tornam escuras demais, onde já nem espaço há para sonhos. Insónias tornaram-se tão frequentes que já fazem parte da companhia nocturna, com tanta afinidade que em cada noite chamo-lhe apenas sónia.

Cá ficam recordações, lembranças, momentos, mas acima de tudo orgulho.
O orgulho de ter passado 19 anos a teu lado, por viver contigo diariamente.
E a pena de não estares do nosso lado por muitos mais anos, mas continuarás presente, bem presente nas nossas memórias, onde quer que estejas nesse vasto céu.

Sei que irás brilhar ainda mais, mesmo na noite mais densa e escura, mesmo por trás daquele nevoeiro cerrado.

Agora que a vista aí de cima é mais ampla, peço-te que ilumines as vidas de quem mais precisa de ti, e tu melhor do que eu sabes disso.

És unico, 
Até Sempre.

Nem a morte nos separa.